Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava
pisar por cima do povo. Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões
maravilhosos e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo,
mas que só podia ser enxergada por quem fosse filho legítimo.
O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.
O povo esperou lá fora pela presença do rei e
quando este apareceu todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates,
aproveitando a festa, desapareceram no meio do mundo.O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.
O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:
- O Rei está de ceroulas!
Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei
estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia foi o que se ouviu. O
rei correu para o palácio morto de vergonha. Desse dia em diante corrigiu-se
seu orgulho. E enquanto durou seu reino foi um rei justo e simples para o seu
povo.
Nota:
Conto da idade média compilado pela primeira vez na Espanha por Dom Juan
Manuel, século XV, em um livro intitulado "Libro de Patronio ou do Conde Lucanor".
Anderson o contista, mais tarde o modifcou e criou sua própria versão da
história.
Nota: Conto popular na Bahia e Maranhão. Trazido pelos escravos africanos. No original africano os personagens eram animais.
A MENINA DOS BRINCOS DE OURO
Uma Mãe, que era muito má (severa e rude) para os filhos,
deu de presente a sua filhinha um par de brincos de ouro.
Quando a menina ia à fonte buscar água e tomar banho, costumava tirar os
brincos e botá-los em cima de uma pedra.
Um dia ela foi à fonte, tomou banho, encheu o pote e voltou para casa,
esquecendo-se dos brincos.
Chegando em casa, deu por falta deles e com medo da mãe brigar com ela e
castigá-la correu à fonte para buscar os brincos.
Chegando lá, encontrou um velho muito feio que a agarrou, botou-a nas costas e
levou consigo.
O velho pegou a menina, meteu ela dentro de um surrão (um saco de couro), coseu
o surrão e disse à menina que ia sair com ela de porta em porta para ganhar a
vida e que, quando ele ordenasse, ela cantasse dentro do surrão senão ele
bateria com o bordão (cajado).
Em todo lugar que chegava, botava o surrão no chão e dizia:
Canta, canta meu surrão,
Senão te bato com este bordão.
E o surrão cantava:
Neste surrão me puseram,
Neste surrão hei de morrer,
Por causa de uns brincos de ouro
Que na fonte eu deixei.
Todo mundo ficava admirado e dava dinheiro ao velho.
Quando foi um dia, ele chegou à casa da mãe da menina que reconheceu logo a voz
da filha. Então convidaram Ele para
comer e beber e, como já era tarde, insistiram muito com ele para dormir.
De noite, já bêbado, ele ferrou num sono muito pesado.
As moças foram, abriram o surrão e tiraram a menina que já
estava muito fraca, quase para morrer. Em lugar da menina, encheram o surrão de
excrementos.
No dia seguinte, o velho acordou, pegou no surrão, botou às
costas e foi-se embora. Adiante em uma casa, perguntou se queriam ouvir um
surrão cantar. Botou o surrão no chão e disse:
Canta,canta meu surrão,
Senão te bato com este bordão.
Senão te bato com este bordão.
Nada. O surrão calado. Repetiu ainda. Nada.
Então o velho bateu com o cajado no surrão que se arrebentou todo e lhe mostrou a peça que as moças tinham pregado.
Então o velho bateu com o cajado no surrão que se arrebentou todo e lhe mostrou a peça que as moças tinham pregado.
( F I M )
Nota: Conto popular na Bahia e Maranhão. Trazido pelos escravos africanos. No original africano os personagens eram animais.
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