Colabora das Amigas da Biblioteca
O EFEITO NA EDUCAÇÃO
Sou adepto há apenas três meses, mas já tive diversas experiências gratificantes e vivo dias de felicidade. Em primeiro lugar, minha esposa se curou de doença cardíaca; depois, nosso filho mais velho se curou de asma. Além de tudo, minha esposa, que tem problema cardíaco teve um parto quase que totalmente indolor, e a água do nosso poço se tornou potável. Vivi, assim, diversas experiências, mas hoje falarei resumidamente sobre a educação infantil, assunto de maior preocupação para quem atua no magistério. Num dia de chuva, duas crianças que brincavam na sala de aula começaram a brigar. Eu, por natureza, tenho pavio curto e, enquanto pensava “Ensino tanto sobre disciplina e faço de tudo, mas estão brigando”, fiquei nervoso e as repreendi, gritando: “Venham cá”. Nesse momento, refleti derepente “Não, não são as crianças que estão erradas. Eu é que tenho alguma deficiência. Ainda não estou educando as crianças como uma mãe educaria” e pensei “Estou sempre com Deus”.
Quando assim fiquei arrependido do mau juízo que fizera das crianças, elas se aproximaram de mim. Nesse momento, lágrimas rolaram pelas minhas faces, e uma das crianças pediu-me perdão, chorando. A outra criança fez o mesmo. Esqueci-me de que estávamos no meio das demais crianças, e choramos abraçados. Ao retornar para casa ao entardecer, as duas crianças que brigaram nesse dia foram me visitar em casa, bem distante da delas, e me emocionei novamente. A partir disso, as crianças que antes brigavam passaram a ser gentis umas com as outras. Na minha classe, há um menino muito travesso que zombava de uma mulher louca chamada Oshima, que morava perto da escola, muitas vezes jogando pedras na cabana dela. Mas, um dia, ele escreveu a seguinte redação:
“Pobre mulher”
“Antes, eu chamava a velhinha de ‘Oshima, Oshima’, mas agora percebi que estava errado. Comecei a sentir dó dela e falei sobre ela à minha mãe. Então, mamãe me disse para levar-lhe doces e um pouco de arroz cozido que tinha em casa. Levei correndo, e ela ficou muito contente. “Ela me disse que gostaria de trabalhar, mas que não conseguia porque as pessoas a maltratavam. Fiquei com muita pena dela. Quando ia voltar para casa, ela pegou, de onde tinha muito pouquinho, dez centavos de ienes e quis dar a moeda para mim. Não aceitei porque não é nada agradável ganhar dinheiro de gente pobre. “Todos os dias levo a metade do lanche que minha mãe prepara para mim, e ela fica muito contente”. Além desse fato, observei as seguintes mudanças nos meus alunos:
1 - Passaram a cuidar bem dos objetos, não acontecendo mais esquecimentos e perdas. (Quando se encara os objetos como mera matéria, não se consegue sentir verdadeira alegria. Quando passei a considerá-los manifestações da Vida, senti profundamente essa mudança no procedimento das crianças.)
2 - Passaram a ser prestativos.
3 - Tornaram-se dóceis em seus respectivos lares.
4 - Melhoraram o aproveitamento escolar.
Houve toda essa mudança, apenas fazendo com que os alunos ficassem com a mente serena e silenciosa, com as mãos justapostas, no início e no final da aula.
Estou muito agradecido pelo fato de, após mais de dez anos de atuação no magistério, estar agora sentindo verdadeiro prazer neste trabalho. Prezado(a) Educador(a). Converse com seus alunos sobre o significado da palavra gentil, ou peça a eles que o procurem no dicionário. Em seguida, juntos, formulem uma lista de atitudes de gentileza. Cada aluno praticará uma ou mais atitude, durante as próximas semanas, podendo inclusive registrá-las em seu caderno. Ao fi ndar o mês, o aluno relatará ao (à) professor(a) e aos colegas as atitudes de gentileza que praticou, sendo a atividade concluída com o elogio do professor.
Vamos praticar?
Masaharu Taniguchi. A Verdade da Vida, vol. 36, pp. 148-150 - 2ª ed.